segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Além das aparências...

Ultimamente tenho pensado muito sobre o dito popular “as aparências enganam”, pois nem sempre aquilo que vemos é a realidade... Com a correria do dia a dia vamos nos acostumando a aceitar as coisas superficialmente, sem nos preocuparmos com as verdades ocultas nas aparências das coisas, das pessoas e dos relacionamentos...

Quantas vezes um lindo rosto esconde uma personalidade não tão bela assim? Ou um carro bem lavado e polido não esconde um motor prestes a fundir? Ou uma mulher chique, bem maquiada e muito bem vestida não esconde sua péssima situação financeira em cima de um belo salto alto? Ou um corrupto se esconde atrás de um colarinho branco e engomado?

Mas o questionamento que eu quero levantar neste post vai muito além de tudo isso... E  é algo que, muitas vezes, todos nós cometemos, sem ao menos perceber...

Um exemplo básico é como respondemos à rotineira pergunta: “Como vai você?” com um simples “Tudo bem!”, quando, muitas vezes, na verdade, não estamos nada bem... Mas é muito mais fácil e cômodo responder que estamos bem do que descermos uma ladainha de reclamações sobre quem acabamos de encontrar... Ou porque não temos tempo ou paciência de ficar explicando a verdadeira realidade... Ou porque não queremos assumir a responsabilidade ao admitir a verdade... Ou porque não estamos prontos para ser contrariado ou julgado... Então, para encurtar a conversa, respondemos apenas “Tudo bem” e pronto, conversa encerrada!

E isso acontece em várias situações, seja no ambiente corporativo, com seu colega de trabalho ou mesmo com o seu próprio chefe... No meio social, com o grupo de amigos... No ambiente familiar, nas reuniões de família, e até mesmo com o parceiro conjugal, onde isso jamais deveria acontecer!

O problema de esconder as insatisfações mantendo uma boa aparência é que isso vai formando uma bola de neve... Que um dia rola montanha abaixo levando todos que encontra pelo caminho e destruindo tudo o que ainda restava lá em baixo...

Quando essa avalanche ocorre no ambiente de trabalho, pode acarretar em prejuízos financeiros e também de sua carreira profissional, denegrindo a própria imagem, causando desemprego e uma má impressão do profissional, que poderá sair dessa queimado e com dificuldades de uma recolocação.

Quando acontece no meio social, a pessoa acaba cortando relações importantes que contribuíam, e, provavelmente, ainda poderiam contribuir muito para o seu networking... Além de perder boas oportunidades de frequentar bons ambientes e se relacionar com pessoas agradáveis e interessantes.

Mas, em minha opinião, nada é pior do que isso acontecer no meio familiar ou conjugal, ou seja, com as pessoas que mais amamos e que mais nos farão falta! Porém, infelizmente, é onde isso mais acontece... Muitas vezes, com a intenção de evitar uma discussão ou de piorar o problema, vamos omitindo pequenos aborrecimentos, que ao passar do tempo, se tornam grandes problemas, difíceis de serem resolvidos...

Quantas relações já foram rompidas, quantas amizades e quantos casamentos já se acabaram por este motivo? Inúmeros... Garanto que você, como eu, também conhece vários casos semelhantes... Mas por que, mesmo cientes de tudo isso, muitas vezes, continuamos vivendo de aparências e negando as nossas insatisfações?

Precisamos ser mais transparentes! Revelar ao mundo e, principalmente, às pessoas que amamos, os nossos conflitos e insatisfações, pois só assim teremos relações mais sinceras e espontâneas, amizades mais duradouras e uma vida mais feliz! 

É preciso enxergar além das aparências...




4 comentários:

Karina Aldrighis disse...

Lu, passei pra te deixar um abraço e dizer que, como sempre vc arrasa nos posts, muito bem pensado e comentado! Saudades! bjs

Lucimara Fernandes disse...

Oi Ká!!!
Saudade de você também, minha amiga! E de seus comentários nos meus posts... Já estava sentindo falta... rs. Obrigada!!!
Um grande beijo! E não me abandone em 2012... rs.

André Bianc disse...

Penso que as aparências são armaduras medievais do contemporâneo, na prática poucos sabem evitá-las, não sou contra e nem a favor em fazer uso da mesma, é a lei da selva, onde o Capitalismo Perverso é o Rei (Leão, do fisco também). Eu, por exemplo, não gosto de me derramar em lamentações cotidianas, até porque, nem sei se existo, ou se existem algo em nossa óbvia e enfadonha existência. O mundo respeita quem tem (boa aparência) e não respeita aqueles desprovidos da mesma. Mais uma das nossas tragédias. Enfim, passeando pelos Shopping Center da vida (eu nunca faço este tour), lá podemos observar um zoológico de irracionais das aparências, e daí vai....
Parabéns, Luluzinha, mas um texto de escrita fácil, porém de profunda reflexão.

Lucimara Fernandes disse...

Oi Andrézito,
Realmente, ter boa aparência abre muitas portas, assim como não ter, fecha outras... E concordo que o sistema capitalista contribui para isso! Mas acredito que tudo tem o seu lado bom, só precisamos estar atentos para enxergar além das aparências! Usar máscaras, muitas vezes, acaba sendo uma estratégia, que até pode ser necessária para fazer o social... Mas é preciso muito cuidado para não se aproximar da falsidade... O ideal é encontrar um meio viver com naturalidade sem se esconder atrás de máscaras...
Bjs e obrigada pela participação!